Memórias de um Psicopata, Bruno Schiappa, 2017 | 420doc#Teatro2

Apresentado a 6 de Outubro de 2017 na Guilherme Cossoul, Festival organizado por Faísca Teatro

Um autor criou uma personagem – o psicopata. Devido ao tédio que o seu quotidiano lhe instala, o autor, considerando que a personagem tem uma vida mais intensa e interessante do que a dele, assume o comportamento do psicopata.

Um ator fora contratado para interpretar ambas as personagens. Pelo facto de a vida do psicopata ter uma dimensão mais intensa, do que a sua, e apaixonado pelo processo de identificação do autor com a personagem, o ator assume, também, por sua vez, as práticas do psicopata. O público encontra-o já no limite. Limite, não no sentido nervoso do termo, mas do sublime.

A vida do ator já não é a que fora. E nada mais na vida lhe interessa depois de ter assumido as práticas do psicopata.

Com a calma de quem encontra alívio na morte, Rotca (o ator) encontrou por fim uma pessoa que o compreende e o vai ajudar.

Memorias de um Psicopata foi um processo de escrita amadurecido pela leitura de vários textos cientificos e artísticos sobre processos de identificação artística entre o criador e o objeto criado.

Com um formato pouco comum, este espetáculo foi pensado em duas vertentes: o regresso do ator ao prazer puro e simples do fingimento, do jogo de pretender (sem relacionamentos religiosos, políticos, sociais, rituais ou outros) e a tentativa de levar o público a ter as emoções que procura no cinema de horror e suspense.

“O corpo humano aberto reflecte o que de sujo e imundo vai nas ruas do Homem.”

A ideia de criar este espetáculo surge após a criação da Mosaico – Associação Cultural do Cartaxo. Com o intuito de dinamizar a atividade cultural do Cartaxo, e oferecer uma proposta artística diferente, arrojada e vanguardista ao público. Nuno Crespo e João Rolaça, membros associados da Mosaico, propuseram-se a criar um espetáculo de teatro que visa a junção da performance às artes plásticas, passando pelo video e o som. Um espetáculo que pretende estimular o desassossego e a inquitação no público através da luz, do som, dos cheiros e da plasticidade do corpo, da voz e dos objetos.
Informações de http://www.gazetadosartistas.pt/?p=27328

Bruno Schiappa, o autor
É Doutorado com Distinção por unanimidade pela Universidade de Lisboa. Professor Titular na ESTAL- Escola Superior de Tecnologias e Artes de Lisboa e Professor de Expressão Dramatica no CCC. Sendo Ator/Encenador/Dramaturgo, a sua atividade divide-se entre a criação e a formação artísticas.

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